27 de julho - Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho
27 de julho - Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Dados oficiais registram que, nos últimos cinco anos, ocorreu uma média de 710 mil acidentes do trabalho ao ano. Desses, 2,8 mil resultaram em morte, 15 mil em sequelas permanentes e mais de 7 milhões de dias de trabalho perdidos a cada ano. Tais acidentes tem gerado despesas anuais em torno de R$ 11 bilhões apenas para a Previdência Social, ficando fora dessa conta os milhares de acidentes não notificados e os eventos envolvendo trabalhadores autônomos, informais, servidores públicos, militares e empregados domésticos.
Dados estatísticos - Segundo dados computados do Anuário Estatístico da Previdência (2009 a 2015) o setor rodoviário de cargas está no topo da lista dos maiores registros de acidentes, sendo o primeiro em óbitos e o segundo em incapacidade permanente. A construção de edifícios lidera os acidentes incapacitantes, ficando em segundo lugar em óbitos. Outros setores preocupantes estão na construção de rodovias e ferrovias e nas obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações. (Veja o ranking dos setores no gráfico abaixo produzido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho/MTb).
Em 2009, o Anuário informou 733.365 acidentes registrados sendo que, em 2015, esse número caiu para 612.982 acidentes, uma taxa de incidência de 14,19%, contra 21,64% registrado em 2009.
Campanha Nacional - No mês de abril, a Secretaria de Inspeção do Ministério do Trabalho lançou a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CANPAT), com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a importância do desenvolvimento de uma cultura de prevenção de acidentes e doenças do trabalho sensibilizando a sociedade para a importância do desenvolvimento de uma cultura de prevenção de acidentes e doenças do trabalho.
Os Transportes Terrestres foi um dos focos da campanha, com a realização de operativo nacional nesse setor que concentra 15% das mortes registradas somente com motoristas de caminhão. A cada ano ocorrem 115 mil casos de adoecimento entre esses profissionais. Jornadas excessivas, privação do sono, fadiga e estresse são os maiores problemas identificados. Nos últimos cinco anos, morreram cerca de 2.780 trabalhadores e 5.400 sofreram acidentes com sequelas permanentes.
A Saúde Mental e Fatores Psicossociais de Risco foi outro destaque da CANPAT este ano, com cerca de 17,5 mil novos casos registrados por ano. A depressão e a ansiedade respondem por 49% desse total, e as reações ao estresse grave, por 44%. As atividades econômicas com pior situação em relação à saúde mental são serviços financeiros, transporte terrestre, alimentação, vigilância, segurança e investigação, telecomunicações, atenção à saúde humana, administração pública, defesa e seguridade social e fabricação de produtos alimentícios.
História - Início da década de 70. O Brasil era conhecido como o campeão mundial de Acidentes do Trabalho. Com pouco mais de 10 milhões de trabalhadores formais, eram registrados mais de 1,5 milhão de acidentes e em torno de 4 mil mortes por ano, o que representa taxas significativamente altas. Além de todos os problemas internos que um quadro grave como esse acarreta, na ocasião, o Banco Mundial anunciou que deixaria de realizar empréstimos para o país, que estava em processo de industrialização, lutando para vencer o atraso que dificultava o desenvolvimento brasileiro.
Na época, já havia um artigo da CLT alterado pelo Decreto-Lei 229 de 1967 que estava aguardando regulamentação. O artigo criava um Serviço Especializado de Medicina e Higiene do Trabalho e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Assim, em 27 de julho de 1972 foi publicada a Portaria 3.237, regulamentando o Serviço Especializado. No mesmo número do Diário Oficial foi publicada a portaria 3.236, com um Plano Nacional de Valorização do Trabalhador. Nesse plano, era prevista a capacitação de milhares de profissionais em Segurança e Saúde no Trabalho, para atender à demanda gerada pela obrigatoriedade dos Serviços Especializados.
O Brasil se tornava, então, o primeiro país a ter a obrigatoriedade de um serviço especializado de segurança e saúde no trabalho, nos estabelecimentos com mais de 100 empregados. Nascia o SESMT !!!
Já existiam normas esparsas sobre SST, porém essa iniciativa, com a formação de tantos técnicos de segurança, engenheiros de segurança e médicos do trabalho, desencadeou um processo que culminou com o que é, provavelmente, o marco mais significativo da história da SST: a publicação das Normas Regulamentadoras em 1978, pela Portaria 3.214.
Por isso, o dia 27 de Julho é tradicionalmente lembrado, também, como Dia Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho. O dia em que o país deu um passo pioneiro para mudar uma realidade perversa.
Essas medidas iniciais contribuíram para a queda do número de acidentes do trabalho no país, nas décadas de 70 e 80.
Porém, o mundo modificou-se rapidamente. Não foi diferente com as relações de trabalho e os riscos ocupacionais. Os acidentes do trabalho, depois do grande impacto das medidas já citadas, ficaram relativamente estáveis, com redução discreta e lenta das taxas de acidentes, incapacidade e morte relacionados ao trabalho.
Como os números demonstram, infelizmente os acidentes e doenças do trabalho ainda são preocupantes no país. Nossas estatísticas ainda são elevadas. Não somos mais “campeões” mas ainda somos destaque negativo. E isso sem considerar que – reconhecemos – nossa coleta de dados tem muito a melhorar, ou seja: estudos têm concluído que os números são, de fato, maiores do que as estatísticas oficiais conseguem registrar.
Por isso é necessária a criação de uma verdadeira CULTURA DE PREVENÇÃO no país. A Segurança e Saúde no Trabalho não é um assunto apenas para os especialistas. É um tema a ser debatido nas escolas, pelas crianças e adolescentes; nas famílias; nas rodas de amigos. É um assunto que precisa do envolvimento de TODOS, especialmente nos locais de trabalho.
Quando um brasileiro sofre uma lesão, adoece ou morre em decorrência de seu trabalho, todos pagamos a conta. Seja por meio do pagamento dos benefícios previdenciários, da produtividade baixa que dificulta o crescimento e desenvolvimento do país e, muito mais, pelas dores e perdas de amigos e parentes que, na imensa maioria das vezes, poderiam ter sido evitadas!
1 acidente a cada 44 segundos
1 lesão com incapacidade permanente a cada 30 minutos
1 MORTE A CADA 3 HORAS!
Precisamos parar esse relógio!!!
CONHEÇA, PREVINA, PARTICIPE.
SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS."
Ranking das atividades econômicas por números absolutos - seleção dos 30 primeiros com maior registro de óbitos
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CNAE
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TOTAL
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Afast>15d
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INCAPACIDADE
PERMANENTE |
Óbitos
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Transporte Rodoviário de Carga
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5º
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3º
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2º
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1º
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Construção de Edifícios
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4º
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2º
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1º
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2º
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Construção de Rodovias e Ferrovias
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17º
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23º
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18º
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3º
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Obras para Geração e Distribuição de Energia Elétrica e para Telecomunicações
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16º
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26º
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25º
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4º
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Administração Pública em Geral
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3º
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1º
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3º
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5º
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Comércio Varejista de Ferragens, Madeira e Materiais de Construção
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9º
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7º
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5º
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6º
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Fabricação de Açúcar em Bruto
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6º
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11º
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6º
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7º
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Atividades de Vigilância e Segurança Privada
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21º
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15º
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15º
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8º
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Comércio Varejista de Mercadorias em Geral, com Predominância de Produtos Alimentícios - Hipermercados e Supermercados
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2º
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4º
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10º
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9º
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Transporte Rodoviário Coletivo de Passageiros, com Itinerário Fixo, Municipal e em Região Metropolitana
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10º
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8º
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4º
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10º
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Obras de Engenharia Civil não Especificadas Anteriormente
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23º
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30º
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24º
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11º
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Desdobramento de Madeira
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30º
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19º
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13º
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12º
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Comércio de Peças e Acessórios para Veículos Automotores
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20º
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13º
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16º
|
13º
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Restaurantes e Outros Estabelecimentos de Serviços de Alimentação e Bebidas
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8º
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6º
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7º
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14º
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Fabricação de Artefatos de Concreto, Cimento, Fibrocimento, Gesso e Materiais Semelhantes
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29º
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22º
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23º
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15º
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Fabricação de álcool
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15º
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28º
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29º
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16º
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Incorporação de Empreendimentos Imobiliários
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22º
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27º
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30º
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17º
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Comércio Varejista de Outros Produtos Novos não Especificados Anteriormente
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25º
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17º
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19º
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18º
|
Coleta de Resíduos Não-Perigosos
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13º
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20º
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28º
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19º
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Abate de Suínos, Aves e Outros Pequenos Animais
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7º
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10º
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14º
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20º
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Cultivo de Cana-De-Açúcar
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19º
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29º
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26º
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21º
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Atividades de Serviços Prestados Principalmente às Empresas não Especificadas Anteriormente
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27º
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25º
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21º
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22º
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Fabricação de Produtos Cerâmicos não Refratários para Uso Estrutural na Construção
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28º
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18º
|
20º
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23º
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Atividades de Atendimento Hospitalar
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1º
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5º
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9º
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24º
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Limpeza em Prédios e em Domicílios
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11º
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9º
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12º
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25º
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Condomínios Prediais
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24º
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21º
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22º
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26º
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Locação de Mão-De-Obra Temporária
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26º
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24º
|
17º
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27º
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Fabricação de Móveis com Predominância de Madeira
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18º
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14º
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11º
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28º
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Abate de Reses, Exceto Suínos
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14º
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16º
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27º
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29º
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Bancos Múltiplos, com Carteira Comercial
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12º
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12º
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8º
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30º
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Redes Sociais